História Sobre a Receita

Originário da região da atual Nigéria e Benin, o acarajé é uma adaptação dos bolinhos de feijão-fradinho conhecidos como akará, trazidos pelos povos iorubás.

Os africanos escravizados encontraram no Brasil ingredientes locais semelhantes aos utilizados em suas receitas tradicionais, como o feijão-fradinho e o dendê, e assim adaptaram suas técnicas culinárias. Inicialmente,  era preparado e consumido durante os rituais religiosos do candomblé, como uma oferenda aos deuses africanos.

As mulheres que preparavam e vendiam o Acarajé , são conhecidas como “baianas de acarajé”, e desempenham um papel fundamental na preservação e disseminação dessa tradição gastronômica ao longo dos séculos. Elas assim foram responsáveis por manter viva a receita original, transmitindo-a de geração em geração.

Com o tempo, tornou-se não apenas uma comida ritualística, mas também um símbolo de resistência cultural e religiosa da diáspora africana no Brasil. Sua popularidade cresceu e transcendeu as fronteiras da Bahia, espalhando-se por todo o país e tornando-se um dos pratos mais emblemáticos da culinária brasileira.

Hoje, é apreciado não apenas por sua deliciosa combinação de sabores e aromas, mas também por sua importância histórica e cultural. Ele é um exemplo vívido da riqueza e diversidade da gastronomia brasileira, além de ser um elo entre o passado e o presente, conectando as tradições ancestrais africanas com a contemporaneidade brasileira.

Curiosidades

Além de sua rica história,  possui diversas curiosidades que o tornam ainda mais interessante:

Origem Religiosa: Inicialmente, o acarajé era preparado e consumido como uma oferenda aos deuses africanos durante os rituais religiosos do candomblé. Assim, esse contexto religioso ainda está presente em muitas comunidades que mantêm a tradição.

Mão de Vaca: Um dos segredos para fazer um bom acarajé está na “mão de vaca”, que é o gesto peculiar de bater a massa de feijão-fradinho no pilão, incorporando ar e deixando-a mais leve e aerada.

Fritura no Dendê: O uso do óleo de dendê na fritura do acarajé não apenas confere um sabor único, mas também uma cor e aroma característicos. O dendê é um ingrediente essencial que distingue o verdadeiro acarajé.

Baianas de Acarajé: As “baianas de acarajé” são figuras icônicas da culinária baiana. Vestidas com trajes típicos, elas preparam e vendem o acarajé em tabuleiros nas ruas, transmitindo não apenas a receita, mas também a cultura e tradição associadas a essa iguaria.

Ritual do Caruru: É servido junto com o caruru, um cozido de quiabo, camarão seco, pimenta e outros ingredientes. Como resultado, esse conjunto forma o que é conhecido como “ritual do caruru”, uma prática gastronômica e religiosa muito apreciada na Bahia.

Vocabulário Afro-Brasileiro: Definitivamente a  palavra “acarajé” tem origem africana e é derivada do termo iorubá “àkàrà”, que significa bolinho de feijão. Essa influência linguística,  nesse sentido é um reflexo da forte presença da cultura africana na formação da identidade brasileira.

Essas curiosidades não apenas enriquecem a experiência gastronômica do acarajé, mas também ressaltam sua importância cultural e histórica na culinária brasileira, especialmente na região da Bahia.

Ingredientes:

• 500g de feijão fradinho;
• 1 cebola grande;
• 3 dentes de alho;
• Sal a gosto;
• Óleo de dendê para fritar;
• Camarão seco;
• Pimenta malagueta a gosto;
• 500g de vatapá;
• 500g de caruru;
• 10 pães sírios;

Modo de preparo:

Pegue o feijão e escolha, se necessário, e em uma vasilha deixe de molho na água por no mínimo 12 horas. Após o tempo de molho, escorra a água e bata o feijão no liquidificador com a cebola, o alho e o sal até formar uma massa homogênea.

Em uma panela com o fundo alto, coloque o óleo de dendê e deixe aquecer até atingir o ponto de fritura. Em seguida, com a ajuda de duas colheres, modele os acarajés e frite-os no óleo quente até dourarem.
Posteriormente, retire os acarajés do óleo e escorra-os em papel toalha para retirar o excesso de gordura.
Abra os acarajés ao meio e recheie com o vatapá, o caruru e os camarões secos. Por fim, sirva os acarajés acompanhados de pimenta malagueta e limão, se desejar.

Conclusão

Em conclusão, a culinária baiana é uma verdadeira festa de sabores, aromas e cores, refletindo a riqueza cultural do estado. Com pratos que vão desde as tradicionais moquecas e acarajés até os deliciosos bolinhos de estudante e maniçoba, a gastronomia baiana conquista paladares e encanta corações. Portanto, experimente essas receitas e embarque em uma viagem pelos sabores da Bahia.

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